quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Vejo cabelos no travesseiro,
Lembranças no pensamento.
Guerra acho exagero,
Curva fechada, problemas com o freio.


Não se sabe nunca o que o destino traz,
Destino, aliás, nem deve existir.
esquecê-lo e seguir em paz,
deve ser a solução pra dor do partir.


Como causa e efeito,
Fazer suco da semente, matar no peito,
Diz meu pai sem hesitar.
Como num verso popular,
Respirar um pouco e rezar,
Diz a mãe com olhos a brilhar.
E com toda simplicidade,
Meu irmão,
Olha, sorri e segue.
Penso, então, que nada é breve,
Afinal, tudo é o processo.
E aos poucos o processo se torna tudo.


Esqueçamos o destino.
Que, aliás, nem deve existir.
Na próxima vez, ouça o sino.
Deve ser hora de partir.
O que sei, sei.
O que não sei, invento.
E não é qualquer vento,
que sopra para longe
o meu invento.
Ah, coração! Te preocupa com o que é certo, que o incerto, além de chantagista, não merece atenção.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Do Pouco que é muito. E do Resto que parece tudo.

É preciso Pouco. Mas é difícil de conseguir.
O Pouco se esconde no Resto.
O Resto distrai e nos afasta do Pouco.
O Pouco é leve. Não pesa.
O Resto nos envolve e parece banal.
O Resto banal acaba por pesar.
E o peso do Resto, afasta da leveza do Pouco.
E o Pouco, que é tão pouco, começa a parecer muito.
E por parecer muito, e estar por trás do Resto, desiste-se do Pouco.
Sem o Pouco no horizonte, nos perdemos no Resto.
E o Resto pesa.
Pesa e distrai.
E o Pouco fica longe.
Cada vez mais.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Talvez se encontre a solução,
em uma alegre inconstância,
que nunca aquiete o coração,
e leve a uma eterna infância.

E,assim, de repente,
nos mantemos no voô livre,
conquistando o novo,
com o os olhos de quem viu o velho.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Qualquer coisa liga.
O tempo passará rápido e devagar ao mesmo tempo.
Estaremos a esperar.
Com mais ou menos paciência.
Com mais ou menos sapiência.
Rápido e devagar.
Sejá lá como vamos nos virar,
Qualquer coisa liga.




























Sempre tem a estrada pra resolver.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Abriu os olhos.
Estava na hora.

Abrius os olhos.
Estava na hora.
Era fim d'um abraço.

Abriu os olhos.
Estava na hora.
Era fim d'um abraço.
A hora de abrir a porta e ir.

Abriu os olhos.
Estava na hora.
Era fim d'um abraço.
A hora de abrir a porta e ir.
Girou sobre os calcanhares e só sabia sentir.

Abriu os olhos.
Estava na hora.
Era fim d'um abraço.
A hora de abrir a porta e ir.
Girou nos calcanhares e só sabia sentir.
Abriu o coração.
Passava da hora.

Abriu os olhos.
Estava na hora.
Era fim d'um abraço.
A hora de abrir a porta e ir.
Girou nos calcanhares e só sabia sentir.
Abriu o coração.
Passava da hora.
Abriu a boca e palavra se diluiu no espaço.

Abriu os olhos.
Estava na Hota.
Era fim d'um abraço.
A hora de abrir a porta e ir.
Girou nos calcanhares e só sabia sentir.
Abriu o coração.
Passava da hora.
Abriu a boca e palavra se diluiu no espaço.
Quis um outro abraço.

Enfim aceitou o silêncio e os clichês,
esperando que eles pudessem dizer,
todo o sentimento sentido,
que não tinha nome aparente,
que queria sair mas não sabia
que no momento se escondia,
para ficar mais evidente.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Qualquer coisa liga.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

   Acabo de ler 10 dias de uma jornada de 30 que um amigo/conhecido (sei lá que ele me considera) escreveu. Li em velocidade alta. E no momento estou pensando no ritmo que a velocidade da minha leitura deu ao texto dele. Ou no ritmo que o texto dele deu a velocidade da minha leitura. Na verdade acho que meu pensamento ta acontecendo, literariamente (existe, essa palavra?) falando, no estilo dele.
   Também penso nela. Não ela do texto/livro dele. Ela do meu texto, deste texto, que lês sei lá porque. A ela do meu texto nem é ela a tanto tempo, mas me parece que sim.

   No fundo não sei se sou ele para ela. Mas sou alguma coisa. Hoje, do nada, parecíamos discutir. Um tempo depois parei para pensar no motivo. Não encontrei. Falei com ela, ela também não encontrou. Acho que é só a indefinição. Indefinição por tudo.
   Uma vez uma amiga nos ajudou a definir: nos misturamos e isso já era inevitável. Mas e daqui pra frente? Na verdade, e agora? Convenções, situações, emoções, lógicas ilógicas, por vezes chantagens, por algum instantes a razão, mas na maioria deles a emoção. E ainda não se descobriu qual o caminho.
  Estou aqui, em frente ao computador no quarto mais quente da casa. Á minha direita, um espelho. Encaro-o. E ao encarar vejo refletido as marcas da maior "paulada" que já levei da vida. O que mudou desde então? O que mudou em mim?
   Em algumas coisas me vejo mais seguro, de outras me vejo mais dependente. Mudou muita coisa.
   E novamente me aparece ela entre as lembraças. Faz parte da minha mudança. Ela me mudou. Ou eu mudei com ela. Ou nos mudamos. Acho que ela não acredita nisso. Ou não tem noção de que comigo isso aconteceu.
   Parece que o tempo nos enganou e não foi tão pouco tempo que passou.
  Sabe-se lá que vai acontecer. É o meu pensamento. E isso faz dias. Não só sobre ela, mas sobre tudo.
  E nesse vácuo da minha vida, que em algum tempo será lembrado entre sorrisos como "o tempo que fiquei tentando me encontrar" escrevo aqui algumas verdades.
  Minhas verdades.
  E verdade de agora somente.
  Das 15 horas. Do dia 5 de Janeiro de 2011.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Quando é que se sai do vôo livre?
Quando é que nos agarramos a cabos, asas ou decidimos pegar um avião?
O que faz com que esconderijos sejam fundamentais.
Não, não são máscaras. São fáceis de tirar e colocar.
Esconderijos. Com tanta estrutura e segurança que para sair deles, só por motivos muito maiores.
Ou quando nos acham e nos tiram de lá.
Seja lá o que nos incomode até que se decida parar de se esconder.