segunda-feira, 30 de maio de 2011

Desisti da linha reta.
Fui tecer em outra direção.
Na curva, perdi orientação.
E preso na teia que teci.
Fico pensando em como sair.

domingo, 29 de maio de 2011

Ele encarava tudo de peito aberto.
Aceitava na vida o que lhe aparecia.
E transformava no melhor possível.
E seguia assim. Transformando.
Sentiu-se muito capaz.
Mas não sabe fazer sozinho.
E, de repente, se aproxima do que sempre desprezou.

sábado, 21 de maio de 2011

Sinto obrigações no meu destino.
Não sei onde, como ou quando.
Mas sei que vai acontecer.
Que tenho que fazer.
Falar, fazer e amar.
Escrevendo, produzindo, demonstrando.
Mas tenho pressa, tento a todo momento.
Talvez me falte a paciência de um pescador.

domingo, 1 de maio de 2011

Caminhei pelo centro de Porto Alegre. Praça, shopping, Subway, rua da praia até o Gasômetro. Sentei numa sombra para olhar o Guaíba, alguns metros do lado, um personagem incrível. Como tinha papel e caneta na mão, escrevi:

Multidão a passo,
Guiada pelo acaso.
Eu aqui, a observar cada andar:
Sapato, chinelo ou salto.
Um me saltou aos olhos, me pareceu peculiar.
Passo firme, olhar vigilante.
Barba branca, cabelo longo,
Com chinelos nos pés, sem perder por um instante,
A certeza que carrega nos ombros,
E a beleza que se vê no horizonte.