terça-feira, 24 de abril de 2012

E assim vou tocando a vida

Sinto,
                    e muito.

                    e somente.
Não ajo,
                    por agir:
sinto desejo
                    de sentir.    

Das coisas que acredito. (ou mais um plágio da Helena)

Eu acredito nos momentos. E acredito nas palavras. Acredito nos momentos e no que eles dizem sobre as pessoas. E acredito nas palavras, que atravessam os momentos de um jeito que levam alguns deles por anos com a gente. Acredito na caça de momentos que são escritos por sorrisos. E acredito nas palavras capazes de criar estes sorrisos. Seja de que tipo eles sejam. E assim, acabo acreditando nos sorrisos, já que as palavras os criam e eles escrevem os momentos. E sim, acredito em palavras mudas, que sempre significam mais e geram os melhores sorrisos, que registram os melhores momentos: aqueles silenciosos com sorrisos brilhantes. Acredito em escolher as palavras certas para cada momento. Rezo por isso. Também tenho medo de falar outro idioma que tenha menos palavras. Mesmo que falar português seja, por vezes, muito chato. E, que no fundo, sejam necessárias poucas palavras. Mas é que acredito nelas tanto quanto acredito nas pessoas. E cada pessoa tem uma história para contar. As palavras também. E, como eu dizia, acredito nos momentos, tem alguns que eu poderia descrever além das palavras e dos sorrisos: posso sentir a luz, o cheiro e o toque. Tem outros que a memória esqueceu, acho que foi porque faltaram sorrisos e palavras. E tem palavras que ecoam por todo o sempre, mesmo que não tenham sido ditas. E acredito que acredito em tudo isso pelo simples fato de por vezes parar para recordar e contar histórias. E conta-las de momento em momento, sorriso em sorriso, palavra por palavra. Por fim, acredito em histórias. Vivo a persegui-las.







ps: devo dizer, para que a justiça seja feita, que mais uma vez plagiei (vulgo inspirei-me) a Helena. leiam ela aqui: http://hmoschoutis.blogspot.com.br/

ps: Helena, fazia tempo que não te lia, coisa que pretendo não fazer nunca mais.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Entre saber e sentir.

eu já não me lembro como eu era antes daquele beijo.
eu já não me lembro como eu era antes daquele jogo.
eu já não me lembro como eu era antes desta dor no joelho.
e também não me lembro como era antes deste aperto no peito.

Por vezes parece que simplesmente cai aqui.
E tenho que carregar tudo o que não recordo.
Por vezes parece que este peso é de algo que não vivi.
E tenho que lidar com medos herdados.

Sei de tudo.
Mas já não me lembro.
Vive-se as consequencias.


E os efeitos colaterais.

Sonhos, obviedades, conforto e desconforto.

O quanto de tempo na vida, gastamos caminhando em direção ao sonho?
Por mais relativo que seja o tempo, sem falar na ainda mais relativa definição de sonho, o que se faz no tempo em que se nega o que se desenha à nossa frente?
Pois isto é sonhar: negar a realidade e as possibilidades que se apresentam.
E o mais adaptado é que sobrevive.
Onde fica a fonte do desejo de novo?
Se os caminhos que se apresentam são leste e oeste, como decimos ir para o sul?
Negar o óbvio sempre parece revolucionário e, provavelmente, saudável. Mas as vezes o óbvio funciona e agrada.
No final, vai valer todo o desconforto?
Me parece que quem se mantém confortável sorri mais tempo. Ainda que por vezes não conheça o motivo.
O detalhe cruel é que uma vez desconfortável, só o movimento conforta.

Alegres os confortados.
Felizes os desconfortados que conseguem o próximo passo.
(Mesmo que não se tenha certeza do final. )

domingo, 1 de abril de 2012

O sorriso no topo da lista de sorrisos

    Com essa minha mania de avaliar a vida através de sorrisos, chego a conclusão de que o melhor deles é aquele que nasce pura e simplesmente do prazer de ver outra pessoa sorrir.
    Despreendimento, não desapego. Desapego traz inveja do sorriso, despreendimento é celebração da liberdade. Liberdade maior é sorrir ao ver sorrir.