quinta-feira, 25 de outubro de 2012

E quando vires uma faísca que se distingue de todo o resto, abraça-a.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Na ponta dos pés.

Viver na ponta dos pés.
Pronto para saltar, pronto para partir, pronto para lutar para ficar, pronto para resistir, pronto para abraçar.
Assim, conhecer o tamanho da vida, os cantos do mundo e as possibilidades do destino.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

18 de Outubro, Novo Hamburgo

Centro de Novo Hamburgo, próximo a Catedral, 08 horas.
Passos apressados e atrasados. No sentido contrário, uma jovem mãe caminha de mãos dadas com seu jovem filho. Ele aponta e pergunta. Ela responde e sorri. Caminhando no mesmo sentido, uma mulher baixa vestida quase toda de rosa: olha fixamente para frente, vejo suas costas e seus cabelos balançando. Uma mulher gorda caminha com dificuldades ao lado das obras do metrô: enxuga a testa a cada 5 passos.
Mais a frente, um senhora baixinha carrega uma criança no colo. Esta senhora já não devia carregar crianças no colo e essa criança já não deveria precisar ser carregada no colo. Me pergunto onde vão. A criança dorme, a senhora exala determinação e resignação - intimidade com a vida.

Centro de Novo Hamburgo, próximo a Catedral,13 horas.
Sol forte. Trânsito interrompido. Um operário das obras do trem que atravessam a cidade, ajeita algum material batendo com uma barra de ferro. O som é constante. Um homem de blazer olha para os lados, parece procurar alguém. Muitas pessoas caminham de todos os lados. Duas filas indianas atravessam as obras do metrô. Um casal abraçado observa, de cima da ponte improvisada, o que já foi um rio e hoje em dia é um valão sendo alterado pelas obras.
Embaixo da sombra de uma marquise, uma mulher lê, de pernas cruzadas, sentada em uma cadeira de escritório. 

Centro de Novo Hamburgo, próximo a Catedral, 20 horas.
Caminho quase sozinho, a cidade está quase em silêncio. Enquanto contorno a Catedral, me aproximo de um casal. Eles caminham alguns passos e param. De longe, parecem discutir. A calçada faz uma pequena curva e perco eles de vista. Alcanço-os na frente da escadaria na frente da Catedral. Ela esta sentada em um degrau, ele está em pé. Ele diz que quer entrar. Ela diz "é, sei como tu é religioso". Ele abre a boca, mas parece segurar as palavras. Sigo caminhando. Atravesso a rua, olho para trás: eles ainda estão lá.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Instante rodoviário

Alto, com um boné de promoção enterrado na cabeça, uma camisa xadrez com 10 ou 15 anos, uma sacola amarela em uma mão e uma mala com a mesma idade da camisa na outra. Ao seu lado, uma senhora com um blusão de lã vermelho, muitas rugas e passos lentos. Os dois são acompanhados por uma jovem de calça leg e moletom listrado.


Os três entram no andar superior da rodoviária através da rampa de acesso externa. Olham para os lados, percebem as filas nos guichês e as pessoas esperando nos bancos espalhados pelo saguão. O homem e a senhora se olham. A jovem faz um sinal de ordem com a cabeça em direção a rampa que dá acesso ao andar inferior. Seguem no ritmo do passo lento da senhora que vai no centro do grupo, o homem, mesmo com a sacolas nas duas mãos tenta apoia-la para que caminhe melhor. A jovem segue sacudindo sua sacola, impaciente.

Um homem alto, usando uma camisete de gola V salmão e bermuda verde limão passa o lado deles, em direção aos guichês. Uma senhora elegante, salto alto, calça e capote em tons de marrom, desliga o celular com um semblante triste e passa a visualizar o horizonte.

Escrevo e observo isto sentado em um dos bancos da rodoviária fria. Fones no ouvido tocando a rádio que foi possível sintonizar, algumas malas em volta.



Todos somos passageiros.

sábado, 13 de outubro de 2012

O tempo necessário para construir, a fragilidade e a urgência de cada instante


A construção exige tempo,
O instante exige urgência.
A vida exige conciliação:
Descobrir o tempo em cada instante,
E a urgência em cada construção.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Perguntas de revisão

Prestaatenção.
O tempo ta passando.

Oquetuestasfazendo?
O que te leva ao não?

Vemcáolhaparamim.
O que te faz dizer que sim?

domingo, 7 de outubro de 2012

INANIÇÃO: s.f. Extrema debilidade. Vacuidade, estado do que é vazio.

Rostos conformados,
rostos já sem vontade,
outros cheios de determinação
e alguns sem expressão.

Fico indignado,
tento a verdade,
mostro admiração,
tento a compaixão.

Da diferença, o medo
do medo, a inanição.
Observo.
Me percebo igual ou menor.
Me sinto privilegiado ou pior.

De quando se ama

Cada sentimento que se tem!
Aceita-se um pouco de dor e tristeza,
por qualquer coisa que te faça bem.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Do que se sente e não se controla.

Sobe de repente, instantaneamente, parece que se liberta deixando um vazio no peito e um nó na garganta. O nó na garganta é possível controlar, para que não se transforme em palavras ditas, ou liberte as lágrimas. Mas isto sempre tem um efeito colateral nos olhos, que perdem o pouco brilho que carregam, e encaram a vida sem firmeza alguma. Uma tristeza que não dói, e assim se torna mais forte. Porque a dor dá um caminho a seguir, a tristeza oprime.




Texto do dia 6 de Janeiro, revisado.