sexta-feira, 19 de outubro de 2012

18 de Outubro, Novo Hamburgo

Centro de Novo Hamburgo, próximo a Catedral, 08 horas.
Passos apressados e atrasados. No sentido contrário, uma jovem mãe caminha de mãos dadas com seu jovem filho. Ele aponta e pergunta. Ela responde e sorri. Caminhando no mesmo sentido, uma mulher baixa vestida quase toda de rosa: olha fixamente para frente, vejo suas costas e seus cabelos balançando. Uma mulher gorda caminha com dificuldades ao lado das obras do metrô: enxuga a testa a cada 5 passos.
Mais a frente, um senhora baixinha carrega uma criança no colo. Esta senhora já não devia carregar crianças no colo e essa criança já não deveria precisar ser carregada no colo. Me pergunto onde vão. A criança dorme, a senhora exala determinação e resignação - intimidade com a vida.

Centro de Novo Hamburgo, próximo a Catedral,13 horas.
Sol forte. Trânsito interrompido. Um operário das obras do trem que atravessam a cidade, ajeita algum material batendo com uma barra de ferro. O som é constante. Um homem de blazer olha para os lados, parece procurar alguém. Muitas pessoas caminham de todos os lados. Duas filas indianas atravessam as obras do metrô. Um casal abraçado observa, de cima da ponte improvisada, o que já foi um rio e hoje em dia é um valão sendo alterado pelas obras.
Embaixo da sombra de uma marquise, uma mulher lê, de pernas cruzadas, sentada em uma cadeira de escritório. 

Centro de Novo Hamburgo, próximo a Catedral, 20 horas.
Caminho quase sozinho, a cidade está quase em silêncio. Enquanto contorno a Catedral, me aproximo de um casal. Eles caminham alguns passos e param. De longe, parecem discutir. A calçada faz uma pequena curva e perco eles de vista. Alcanço-os na frente da escadaria na frente da Catedral. Ela esta sentada em um degrau, ele está em pé. Ele diz que quer entrar. Ela diz "é, sei como tu é religioso". Ele abre a boca, mas parece segurar as palavras. Sigo caminhando. Atravesso a rua, olho para trás: eles ainda estão lá.

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