sábado, 26 de fevereiro de 2011

Suspeito, por racionalizado instinto,
que o sentido da vida,
deve estar em uma compreensão.
Equilíbrio do que sei, penso e sinto,
sorriso entre a chegada e a partida,
entendimento em forma de ação.

Compreende-se de todo modo,
que por esse sentido da estrada,
é preferível deixar pegadas,
do que acumular bagagens.
Então, nessa obrigatória viagem,
se deixa rastros para que não seja em vão,
e é pouca a bagagem, para se guardar tudo no coração.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Do sonho imperecível 2

Sonho imperecível,
Que cria sentimento impertinente,
Que ora acelera e só se vai a frente,
Ora freia, tornando movimento impossível.
Sentimento motor, calor, ação.
Sentimento frio, parede, abismo.
Aceita-se: não há lógica ou razão.
Cria-se: objetivos, sentidos, ilusões.
Porém, contra fatos não há romantismo.
Aparecem necessidades e razões
E o sonho adormece,
aguardando, não fraqueja,
sonho sonhado não se perde,
o retorno, que é certeza,
virá de repente,
surgirá, como sempre: imperecível.
Quem diz que não, mente,
Mas esconder continua possível.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Do sonho imperecível.

É estranho, para não falar em mistério,
O que se sucede por vezes,
Que longe, quilômetros ou meses,
Sem lógica ou qualquer critério,
Apareça o pensamento de sempre:
Sonho de futuro impossível,
Saudade de passado inventado.
Olho o horizonte, impassível,
Determinado a viver o sonho sonhado.

Demoro-me procurando
Forma simples de dizer,
Que nessa irracional intenção,
Do sonho sonhado viver,
Quero-te ao meu lado,
Criando passo a passo,
Esse mundo impossível,
Pelo sonho sustentado.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Do verbo Motor

Verbos são os motores, das palavras.
Para cada ação um nome.

Para movimentar em todos os tempos e de todos os modos.
Advérbio, sujeito e pronome.

Sendo cada verbo um motor,
diga-me o que conjugas,
e te direi como andas,
por onde andas,
sem tirar nem por.


Tem coisa que da medo conjugar,
Trauma, 'receio', sei lá.

Talvez essa seja a fórmula para mudar:
Reconjugar.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O peso, a leveza.
Equilibrar-se:
para não perder a mágica leveza do sonho,
e nem aliviar muito o peso dos pés no chão.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ela estava ali parada, olhando pra estante.
Ele chegou, olhou para ela, olhou para estante.
Ele pegou um livro, leu a contracapa.
Ela pegou outro, deu um passo para trás.
Ele olhou discretamente para trás.
Ele colocou o livro de volta na estante.
Ele olhou para ela, deu passo, e disse:
"Esse livro é bom. O Galeano é ótimo"
Ela sorriu.
Ele ficou satisfeito e foi embora.

E eu olhando de camarote, com meu Fernando Pessoa na mão.