terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Escolha Final

Sempre falo sobre escolhas, decisões, conseqüências...

E esse feriadão fiquei sabendo de uma história que me deixou boquiaberto.

Para cada escolha, um motivo. Assim penso eu, ao menos.

Algumas regiões do estado estão com foco de Febre Amarela, então, obviamente, o recomendável é que as pessoas que vão se dirigir a estas regiões tomem a vacina contra essa doença alguns dias antes de ir até lá.
Até ai tudo bem.
A notícia foi que uma mulher morreu em conseqüência de ter tomado a vacina.
Estranhei. Depois fiquei sabendo que é uma possibilidade muito remota, mas que pode acontecer.

Até então o fato era triste e lamentável. O que me surpreendeu foi a história da mulher que veio a falecer.

Ela necessitava fazer hemodiálise. O que já indica uma saúde fragilizada. E além disso sabia que tinha Lúpus, uma doença que atinge o sistema imunológico.

Algumas vacinas são feitas com um virus atenuado. Ou seja, meio vivo. Uma pessoa com o sistema imunológico prejudicado ou em mau funcionamento corre grandes riscos de contrair essa doença, ao invés de tornar-se imune a ela.

Segundo li na Zero Hora, ela consultou um médico que disse que a possiblidade de ela falecer ao tomar a vacina existia, porém, era menor do que a possibilidade de viajar e voltar com febre amarela.
Os familiares não queriam que ela fizesse a vacina e nem a viagem. E uma outra pessoa que foi fazer a vacina com ela desistiu na última hora, porque também estava doente, mas de algo bem menos grave que Lúpus.

Ela ficou irredutível.

Irredutível.


Escolhas.

Percebem o peso?

Ela decidiu arriscar a vida.
Talvez ela achasse que a possibilidade do que é raro acontecer com ela fosse pequena demais.
Talvez os motivos dela para viajar fossem grandes demais.



Me surpreendi muito com esses fatos.
Fiquei a pensar em motivações e convicções, os atos e decisões que tomamos em virtude do que acreditamos.





Bom final de carnaval.


Uma Quaresma produtiva.

2 comentários:

Victor Albaini disse...

As tuas análises acabam sempre se baseando em tendências lógicas, enquanto as tuas idéias "criativas" não conseguem se firmar em logicidades. Elas seguem uma via bem mais flexível, adaptada às tuas vivências, mas com um quê intuitivo. E as justificativas são sempre em dois sentidos: esse ou o outro ponto de vista.

Eu não disse que seja errado, ok, pura perspectiva, mas é assim que eu entendo o que eu leio aqui.

Heyner Mercado disse...

E depois nem adianta o ser humano tentar fugir da responsabilidade de suas escolhas. Quantas vezes não tentam culpar terceiros, fatores externos? É, pelo visto essa mulher não vai ter sequer a oportunidade de reconhecer o erro/escolha. A conta paga pela responsabilidade assumida já foi bem alta...