sábado, 12 de janeiro de 2013

Museu de Palavras

   Sou a favor de um museu de palavras.
   Quadros brancos, com letras pretas, que escrevem palavras antigas. Palavras que ninguém mais fala, nomes de coisas que não existem mais, gírias de carreira meteórica, coisas que só se fala em algumas regiões e palavras escritas com "ph" e trema.
   Disquete, relojoeiro, ponta-esquerda, "brasa, mora?", mandalete, tchê, bah, uai, pharmacia, lingüiça*.
   Em frente a cada quadro, um balcão com folhetos explicativos com o significado, origem, tempo e local de cada uma. Quem sabe até marcas página*  de souvenier.
   Surgiriam cópias e filiais deste museu em rodoviárias e aeroportos de todo o mundo: colocando um pouco de história a disposição e evitando uso errado de falsos cognatos.
     No ano novo descobri a palavra mandalete. Coisas de reunião de família. Fiquei repetindo "mandalete" mentalmente. Palavra ótima. Pelo som**, me pareceu que poderia servir para várias coisas, pessoas e máquinas, adjetivos, verbos e substantivos.
   Há quem diga que as palavras ficam soltas no ar. É verdade. Mas elas também carregam história e por causa disso despertam lembranças. Além de ótimos sons.
   Sou a favor de um museu de palavras.

* não sei o plural de marca página, também não sei como se escreve marca página depois da reforma ortográfica
** Atenção: a pronúncia é mandelête, não mandaléte.

Um comentário:

V4Vendetta disse...

Também sou a favor desse museu.
O mais perto que consegui foi o http://www.museulinguaportuguesa.org.br/
Vale a visita...se vieres pra sampa =D