terça-feira, 9 de junho de 2009

João, os pensamentos e as tentativas.

João Silva, o nome dele. Pele: Não clara, mas também não escura. Idade: Não velho, mas também não novo. Altura: Não alto, mas também não baixo. Cabelo: Não curto, mas também não é comprido.

João pensava. Pensava o tempo todo.
De noite, quando deitava na sua cama, sempre pensava sobre o que tinha feito naquele dia.
Em algumas noites era difícil de dormir. Em outras, adormecia rápido.
Dormia rápido por estar cansado ou de satisfação com a vida.
A insônia chegava quando a consciência pesava ou quando a alegria era grande demais.

João pensava. Pensava sobre tudo.
Sobre cada matéria da escola e começou a enlouquecer.
Sobre cada jogo e achou que errava demais.
Sobre cada palavra escutada e a coerência parecia não existir.
Sobre cada palavra dita e às vezes não confiava nele mesmo.
Sobre cada pessoa e acreditou conhece-las.
Sobre cada sentimento e pareceu que amava.
Sobre cada ato e se decepcionou com o mundo.

João pensava. Às vezes até demais.
Até que um dia cansou de pensar em tudo.
Resolveu se dedicar só ao que ele gostava, jogar para se divertir, escutar o que lhe parecia certo, falar só o que queria. E também percebeu que é preciso conviver com alguém para conhece-lo, que até então só tinha pensado sobre o amor e nunca amado e que o mundo vai sempre decepcionar.
João agora segue os próprios impulsos. E só pensa quando necessário.

João não entende quando universidades não possuem professores, governadores fogem do povo, políticos não obedecem as leis, conceitos são distorcidos, palavras são trocadas, obras de arte são abandonadas, pessoas se vendem e se matam ou quando a mesma mentira é repetida e o mesmo povo acredita, sem falar de quando alguém se sente superior e outro alguém acredita.
João pensa sobre essas coisas, ele acha necessário. E tenta muda-las.
Fica-se esperando pelo dia que ele conseguirá, ou, de repente, poderíamos tentar ajuda-lo na tentativa.

Um comentário:

Victor Albaini disse...

somos animais, joão, sempre fomos